O que é, e o que não é MINDFULNESS

Mindfulness é:

Prestar atenção de uma forma específica: com propósito, no momento presente e sem julgamentos. (Jon Kabat-Zinn)

Mindfulness é uma forma de cuidar de si, dos outros e do mundo a sua volta que lhe permite adotar formas de agir e ser que sejam mais produtivas e positivas. (Jeremy Hunter)

Mindfulness é uma forma de aprender a relacionar-se diretamente com o que estiver acontecendo na sua vida, uma forma de tomar controle de sua vida, de fazer algo para você que ninguém mais pode fazer. (Centre for Mindfulness da Univ. Massachusetts)

Existem muitas definições de mindfulness e também diferentes contextos em que são usadas. De fato, é desafiador apresentar uma definição de mindfulness, que é uma tradução para o inglês de sati (termo em páli, a língua usadas nos primeiros textos budistas). Em português, a tradução costuma ser “atenção plena”.

Sati tem a ver com a habilidade de lembrar e aprender, mas também com um estado mental alerta. Logo, mindfulness se refere a qualidades inatas da mente humana, que incluem atenção, concentração, discernimento, capacidade de escolha e também capacidade de fluir, aceitando as constantes mudanças da vida.

Uma maneira de cultivar essas habilidades é a meditação. Sobretudo uma técnica de meditação ensinada pelo Buda que consiste no treino de manter a atenção na própria respiração, enquanto ela acontece. Logo, é um treino para estar atento ao momento presente, usando a respiração como um suporte, uma ajuda.

Sabendo desse contexto, podemos esclarecer algumas definições equivocadas de mindfulness.

Mindfulness não é:

– um modismo americano (embora os programas de mindfulness em linguagem secular e comprovados pela ciência tenham surgido nos EUA, na Universidade de Massachusstes, na década de 70, mindfulness tem origem em práticas e ensinamentos antigos);

– uma técnica de relaxamento (embora um dos primeiros benefícios que o homem moderno perceba seja mais relaxamento e tranquilidade);

– apenas para pessoas zen ou calmas (originalmente, o treinamento em mindfulness de 8 semanas foi sistematizado por Jon Kabat-Zinn para pessoas que sofriam de dor crônica ou problemas graves de saúde, no Hospital da Escola Médica da Univ. Massachussets);

– fugir da realidade (mindfulness propõe vivenciar plenamente cada momento como ele é; seja agradável, neutro ou desagradável);

– um ato egoísta (junto do treino da atenção, mindfulness propõe o treino da intenção – escolha consciente – e de uma atitude compassiva – que começa com o reconhecimento de nós mesmos como somos e se expande para o reconhecimento e a aceitação do outro como ele é, com suas qualidades e limitações).

Longe de ser uma tarefa simples, definir mindfulness exige estudo e conhecimento de suas origens, mas também experiência, prática. Se você ficou curioso(a), procure orientação para praticar e depois arriscar sua própria definição do que é mindfulness.

Por Rita Kawaka
rita@assertivamindfulness.com.br

Rita Kawamata, 39 anos, é praticante e instrutora de mindfulness, formada pela Mindfulness Trainings International, e sócia da Assertiva Mindfulness .