Cada vez mais a Meditação Mindfulness ganha espaço na sociedade e na vida das pessoas. Famosos praticam. Altos executivos reservam tempo na agenda para meditar. Atletas conseguem melhorar o desempenho. Nas escolas, alunos ganham concentração e foco. De fato, a atenção plena ou Mindfulness é um conjunto de práticas e Meditações que nos trazem de volta ao momento presente, no qual todas essas habilidades estão disponíveis. Só conseguimos aprender, focar e raciocinar no “agora”, não com uma mente ansiosa pelo que vai acontecer amanhã ou com remorso do que fez ontem…

E como não se trata de um “passe de mágica”, Mindfulness exige treino, repetição, compromisso. Por isso, falamos em cultivar a atenção plena, num processo contínuo de criar novos hábitos no qual é importante dedicar algum tempo à Meditação diariamente.

Atenção plena em meio à correria. É possível?

Mas o que fazemos quando a sessão de Meditação acaba e abrimos a porta, entrando de volta no furacão da rotina diária? Como usufruir das qualidades mentais treinadas durante a prática formal, em meio ao caos da vida? Isso é mesmo possível, ou Meditação é apenas para aqueles poucos seres zen que não precisam pegar ônibus lotado no fim da tarde?

Sim, mesmo que você tenha uma rotina pesada, é possível integrar a atenção plena em cada momento. Claro que tudo fica mais fácil se você já desenvolve uma prática formal de Meditação, pois ela fortalece a “musculatura” da atenção, da autocompaixão, da proatividade, etc., para que você possa fazer uso desses recursos nas situações desafiadoras.

E a prática informal pode criar pequenas pílulas de consciência, em qualquer circunstância. Basta a presença de espírito de se lembrar de Mindfulness, mesmo nos momentos mais tensos do dia.

Dicas para colocar Mindfulness em ação

A essência da prática informal de Mindfulness consiste em lembrar, sempre que possível, de estar no momento presente, o que podemos fazer sobretudo ao nos conectarmos com o corpo e os sentidos.

Ao acordar, que tal aproveitar seu primeiro momento de consciência para se engajar em um bom sentimento? Experimente lembrar-se de um bom motivo para sorrir, mesmo antes de levantar da cama. Faça algumas vezes e observe se essa atividade aparentemente “tola” interfere no seu dia.

Ao comer, respire fundo para fazer uma pausa, trazendo a atenção para o corpo e a comida. Descubra aromas, cores, texturas, consistências, nuances de sabores. Resista à tentação de comer assistindo TV ou trocando mensagens no celular. Desacelere, repousando os talheres enquanto mastiga, experienciando a mastigação e conectando-se com seu estômago, para perceber quando ele estiver saciado… Sempre que possível, coma em silêncio, lembrando que ao comer você está se nutrindo e se cuidando. E que o alimento ingerido, em breve, fará parte do seu corpo.

Ao conversar, experimente praticar a escuta atenta e a fala precisa. É simples: ao ouvir o outro, abandone avaliações interiores ou a formulação de respostas não solicitadas. Apenas esteja aberto para ouvir, sem preconceitos, o que seu interlocutor diz. Ao falar, procure ser direto e claro, comunicando o que é realmente importante para você naquele momento. Tenha especial atenção ao interpretar mensagens escritas; conversas difíceis ou delicadas merecem ser feitas pessoalmente.

Ao andar, mesmo que distâncias curtas, como da sala até o banheiro, por exemplo, desligue o piloto automático e experiencie os movimentos do seu corpo se deslocando no espaço, as sensações na sola dos pés, o próprio caminho… Há quanto tempo você anda sem apreciar a caminhada? Aquela que foi uma vitória triunfante sobre a ação da gravidade quando tínhamos um ano de idade é hoje uma habilidade que passa totalmente despercebida. Divirta-se!

Depois dessas pequenas pinceladas no que pode ser a prática informal de Mindfulness, sugiro que você experimente por si mesmo. E se quiser compartilhar suas percepções, escreva para mim.

Extraído do site Personare