Quem nunca teve uma dor na vida? Uma dor no dente, na coluna, uma forte dor de cabeça ou a dor de um machucado?Estas dores aparecem e depois vão embora.

Pois imaginem se esta dor fosse todos os dias e não fosse mais embora e as pessoas ficassem sofrendo, sofrendo, sofrendo com uma dor para sempre! Você consegue imaginar isso? Sim, existem pessoas que sentem dores que não vão embora. Estas dores existem e dentre elas estão a dor de cabeça e a fibromialgia. Tem também a dor nas costas da hérnia de disco que é muito comum. E ainda mais difícil de controlar pode ser a dor causada pelo câncer. Estas dores são chamadas de Dores Crônicas.

Até pouco tempo não se falava nisto, não porque fosse uma coisa nova, mas sim por puro desconhecimento. Só recentemente é que os cientistas começaram a compreender estes tipos de dores e a reconhecê-las como uma doença. Qual a importância disto? O estudo, o conhecimento e o surgimento de tratamentos proporcionam a milhões de pessoas um sofrimento menor, um alívio ou a cura.

E o que tudo isso tem a ver com o sono? Pois quem sofre de dor crônica, ou seja, quem tem dor diariamente não vai ter um sono revigorante. A dor pode acordar alguém no meio da noite, ou não o deixar dormir mais. Assim, não dormindo, como alguém pode ter condições para aguentar suas dores e dificuldades no outro dia? O corpo vai ficando cada vez mais cansado e poderá entrar num ciclo vicioso de dor e falta de sono, alimentando ainda mais a piora da dor e a piora do sono gradativamente. E, no outro dia,como fica o lado emocional de quem está assim?Bem, com o passar do tempo, o sofrimento gerado pela dor altera a reserva emocional, podendo levar desde o humor alterado e irritabilidade até à depressão.  Nestas pessoas, o sono, as emoções, o funcionamento do corpo, tudo fica prejudicado, e a qualidade de vida torna-se ruim. Esse paciente precisa ser visto com muita atenção e receber tratamento que vise unir esses aspectos citados como um todo. Hoje existem vários especialistas nesta área e muitos tipos de tratamentos podem ser utilizados, conforme cada caso. Uma abordagem multidisciplinar por especialistas no assunto é muito importante para a reversão deste quadro e o sucesso no tratamento. Então, se você conhece alguém com dor crônica ou se identificou com esta doença, procure ajuda de um profissional.

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Por Raquel Oliveira Coelho
Especialista em dor crônica na USP-FMRP
raqueloliveiracoelho@uol.com.br