Você já percebeu que todos os seres vivos dormem naturalmente, mas nós, seres “humanos”, nos questionamos o porquê dormimos? O dormir pode representar um momento de se recompor para alguns, ou para outros um momento sagrado, ou ainda, uma perda de tempo para alguém…
Não importa de que perspectiva você esteja “vendo” o seu sono nesse momento. O fato é que o SONO foi preservado pelas espécies ao longo dos milhões de anos por motivos importantes.
Vamos relembrar alguns?
Quando dormimos favorecemos:
- o aumento da imunidade;
- a sedimentação da memória;
- e a limpeza das substâncias tóxicas aos neurônios.
Nossa! Se dormir serve para tudo isso! Por que não dormimos mais tão bem?
Acontece que a nossa sociedade foi desenvolvendo uma estrutura e comportamentos que nos desacostumaram a dormir bem. E assim, passamos a ficar cronicamente privados de sono em todas as idades com sérias consequências ao nosso coletivo.
As consequências da falta de sono podem ser diferentes conforme a idade:
- Uma criança pequena que não dorme bem pode ficar mais irritada e agitada.
- Já um adulto privado de sono pode responder de forma contrária, ficando mais sonolento ou desatento.
- E os adolescentes… Atenção! É nessa faixa etária que o cérebro passa por mudanças extraordinárias que vão definir caminhos neurais futuros! E um adolescente necessita aproximadamente nove horas de sono por noite para ter saúde física e mental! Porém, somente um em cada dez adolescentes dormem essa quantidade de sono estimada como ideal. E em consequência, temos percebido uma maior impulsividade, maior agressividade, menor sentido na vida, e maior risco de suicídio nessa faixa etária transtornando a nossa sociedade como um todo.
Enquanto considerarmos o sono como algo “desimportante a FAZER”, como algo da nossa lista de tarefas do dia, vamos seguir como uma sociedade privada de sono.
Proponho a Vocês que desde hoje experienciem o sono de forma diferente. Deixem pra lá essa ideia de que temos que FAZER o sono vir, e sim percebam ou sintam o sono como ele é. Sono não é do campo do “fazer. Pois é preciso “SER” para sentir sono.
O programa baseado em Mindfulness propõe algumas práticas que ampliam a percepção do fazer para o sentir. E indivíduos de todas as idades que desenvolvam atenção plena ao sono, dormindo uma noite de melhor qualidade, podem ter mais atenção, concentração e memória durante o seu dia a dia.
Quer experimentar como é sentir o sono? Vem praticar conosco!
Médica Neurologista com formação em Medicina (1989-1995) na UFC (Universidade Federal do Ceará) e Residência Médica na Neurologia da USP-FMRP, onde também concluiu a especialização em Neurofisiologia Clínica (1996-2000). Possui título de Especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica – Associação Médica Brasileira na área de Eletroencefalografia.
Mestra em Neurologia pela USP-FMRP, com trabalho que foi contemplado com o Prêmio Nacional Arnaldo de Láscio em Epilepsia Infantil.
Doutora em Ciências da Saúde pela UNIFESP, com trabalho premiado em âmbito internacional, Younger Investigator Award, na Alemanha, Medicina do Sono.
Desenvolve o programa educativo de Mindfulness aplicado do movimento ao sono EM DIA COM A NOITE. Redige o blog educativo MEDITASSONO sobre sono, neurociência e meditação.